Mais de 200 delegados da Polícia Civil do Espírito Santo começam uma paralisação das atividades a partir das 9h30 desta quarta-feira (19) até a tarde desta quinta-feira (20), em forma de protesto por melhores salários. O presidente do Sindicato dos Delegados do estado, Rodolfo Laterza, disse que apenas casos de emergência serão atendidos.
A Polícia Civil informou ao G1 que acompanha o movimento e espera que a população não seja prejudicada. O governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), informou que vem atendendo a diversas reivindicações dos delegados nos últimos anos.
Rodolfo Laterza disse a paralisação pretende causar o mínimo de transtorno possível à população. Os plantões das delegacias regionais vão funcionar normalmente, mas as que trabalham em regime de expediente, delegacias especializadas e distritais, não funcionarão. Além disso, as investigações e operações policiais também estarão interrompidas e os delegados que permanecerem nas unidades não farão os expediente normal.
De acordo com Laterza, a categoria não aceita receber o pior salário do Brasil, mas, segundo ele, o governo ainda não deu uma sinalização concreta para melhorar esse cenário. “O trabalho é cada vez mais difícil. Nossas condições de trabalho não são adequados e o salário é incompatível em relação ao tamanho da nossa responsabilidade. Desde janeiro deste ano, estamos tentando conversar com o governo, mas infelizmente, até agora não tivemos respostas. Já fizemos seis assembleias, já discutimos, já deliberamos e seguramos o máximo. Só nos restou protestar com o nosso direito de greve”, disse.
O presidente comparou o salário dos delegados do Espírito Santo com os do Piauí e disse que eles recebem o dobro. “Os iniciantes lá ganham R$ 15 mil e nós, R$ 8 mil. Estados com o Produto Interno Bruto (PIB) menor do que o do nosso estado ganham mais. Isso gera prejuízos para a nossa categoria, muita evasão, desmotivação e muita revolta. O governo nos diz que o estado tem outras demandas e nos dá explicações vagas. É cômodo falar que não tem dinheiro para saúde, educação e segurança”, relatou Laterza.
Durante entrevista ao Bom Dia ES, o presidente do Sindicato dos Delegados do Espírito Santo afirmou que investigações em curso, apontam desvios de dinheiro público, mas não quis detalhar o assunto. “Nós vamos atuar no combate a corrupção. A gente sabe que existem sérios problemas de desvio de recursos públicos. Os delegados que estão à frente das investigações em trâmite já afirmam isso”, contou Rodolfo Laterza.
A Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) informou que vem atendendo a diversas reivindicações dos delegados nos últimos anos. Disse ainda que em dezembro de 2013, os profissionais tiveram a carreira reestruturada, o que resultou na incorporação de duas escalas especiais e em melhorias na remuneração inicial e final da categoria.
A Secretaria informou também que, em 2012, os profissionais ganharam mais agilidade no crescimento profissional em razão das alterações realizadas no modelo de promoção da categoria. Até o fim de 2014, R$ 2,5 milhões terão sido investidos nas promoções dos delegados. A Seger ressaltou que, em 2013, a pedido dos delegados, a profissão foi reconhecida como carreira jurídica.
Informação: G1ES.