“Desgastados e com crises financeiras, os gestores municipais, no momento, não são os melhores cabos eleitorais”
Quando assumiu sua candidatura em maio deste ano, o governador Renato Casagrande recebeu o apoio de mais de 60 prefeitos do Estado, em um almoço organizado pelo prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV). A movimentação foi vista como uma demonstração de força em favor do socialista, colocando um volume muito grande em seu palanque. Mas, passada a primeira impressão, um olhar mais atento para a situação dos municípios mostra que essa estratégia pode não ser a mais eficiente.
Segundo o guia, “Finanças dos municípios capixabas”, publicado pela Aequus Consultoria, 67 das 78 cidades do Estado tiveram queda de receita em 2013, se comparado a 2012. Os dados, coletados no Tribunal de Contas do Estado (TCES), é um reflexo da diminuição brusca dos recursos do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap).
Em relação a royalties, Presidente Kennedy, Itapemirim, Linhares e Marataízes estão na frente entre as que mais receberam royalties no ano passado. Se comparado a 2012, porém, o cenário é de perdas. Uma queda de 12% no bolo. A relação entre a receita total dos municípios e a renda per capta também não é animadora. Só para se ter uma ideia, Cariacica, que aparece em quarto na arrecadação, está em 76º na renda per capta.
Diante da crise, o governo do Estado criou mecanismos de facilitar os repasses de recursos do governo para os municípios, na tentativa de ajudar na recuperação desses municípios. Os recursos, porém, não parecem ter sido suficientes para equilibrar as finanças dos prefeitos.
A falta de recursos repercute diretamente na imagem dos prefeitos do Estado. Assim, contar com a atuação dos gestores como cabos eleitorais pode atrapalhar mais do que ajudar. Os prefeitos, que se tornaram altamente dependentes do Palácio Anchieta, apostam em sua maioria no palanque do governador Renato Casagrande.
O ex-governador Paulo Hartung (PMDB), principal adversário do socialista, foi buscar na oposição o fortalecimento de seu palanque no embate municipal. Como as eleições nos municípios geralmente são polarizadas, os ex-prefeitos são os cabos eleitorais de Hartung e, neste sentido, leva vantagem diante da crise dos atuais gestores.
Com informação :Renata Oliveira do Jornal Século Diario.