Sementes, castanhas, palmitos, raízes e bulbos são alguns dos produtos que compõe a lista de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) que foi debatida em mais uma oficina do PEDEAG 3. Destavez, em Venda Nova do Imigrante, na manhã dessa quinta-feira (29), no Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi, às 08h30.
O manejo dos PFNMs, conhecido também como neoextrativismo ou extrativismo sustentável, ganha destaque com a oficina sobre sua cadeia produtiva, considerando-se que se conduzido de maneira racional, além de tornar as florestas rentáveis, em muitos casos mantém sua estrutura e biodiversidade praticamente inalteradas.
Pensando-se na importância desses produtos, entre eles ramos, cascas, fibras, óleos essenciais, óleos fixos, látex, resinas, gomas, cipós, ervas, bambus, percebe-se que os PFNMs são fundamentais para a subsistência de muitas pessoas não só no Estado como no mundo, especialmente para aquelas que vivem no interior de florestas ou em suas cercanias.
Os PFNMs são utilizados na alimentação, produção de medicamentos, usos cosméticos, construção de moradias, tecnologias tradicionais, produção de utensílios e tantos outros usos. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento usam os PFNMs para suprir algumas de suas necessidades de vida.
O pesquisador do Incaper, Tiago Godinho, que também foi o especialista na oficina em Venda Nova, disse que o tema ainda é novo e muitos produtores poderiam aproveitar melhor a cadeia produtiva. “Muitos produtores não têm conhecimento da utilização que os produtos podem ter. Aqui em Venda Nova, por exemplo, existe uma indústria de processamento de palmito, que entra na categoria de produto florestal não madeireiro; a pimenta rosa é também um exemplo, oriundo da aroeira e ainda tem o pinhão da araucária, além de muitos outros.Precisa-se trabalhar o melhoramento da espécie e os sistemas de cultivo, para uma melhor organização da cadeia de comercialização, que hoje tem produção ainda considerada baixa, mas é um mercado de grande potencial”, ressalta o pesquisador.
Edimar Binotti é engenheiro agrônomo e produtor do segmento e aponta a palmeira juçara como uma oportunidade de negócio gigantesca,aliada ao benefício ambiental. ”O incentivo ao plantio deve ser olhado com carinho, a produção de mudas selecionadas e, além da questão econômica, tem a ambiental, pois ela age como um “guarda-chuva invertido” captando a água da chuva, e sua raiz é superficial, protege e evita que a água infiltre muito profundamente no solo. Protege as nascentes e se torna um excelente negócio econômico e ambiental”, conta Binotti.
Sávio Fileti é secretário de Agricultura em Venda Nova do Imigrante e entende o mercado como uma alternativa de diversificação agrícola para os produtores rurais. “É um assunto relativamente novo e nós buscamos incentivar o debate no município e região, uma vez que a produção de amêndoas, sementes, palmáceas, resinas e outras mais tem um campo enorme a ser explorado, uma atividade economicamente boa para os agricultores”, enfatiza o secretário.