terça-feira,
03 de dezembro de 2024

I semana da Promoção da Memória Histórica e Cultural de Marechal Floriano

“Marechal vai mostrar História, Artes e Letras”

Giovana Schneider

A música é uma manifestação maravilhosa de tudo que nos rodeia. E um dos pontos altos desta “Promoção da Memória Histórica e Cultural de Marechal Floriano”, vai ser a sua FLORENATA, que promete ser um momento muito especial.

Marechal sempre teve uma queda para a música, desde os áureos tempos. Tivemos grupos musicais como os The Foxes e, outros mais… Aqui nasceu o tão aclamado: “Grupo Capixaba de Seresta Sinfonia da Mata”. Que alegria podermos reviver momentos que marcaram a história desta vila, hoje, uma bela cidade. 

Abaixo: Trio Serenata de 1952

Filho e filhas de Arnaldo Kuster. Da esquerda para direita em pé Solange e Laura (Cabocla), Sentados Hugo (Mineiro) no cavaquinho e Nadir no violão. Willy Brickwedde na flauta. 

— MARECHAL TEM HISTÓRIA, É SÓ CUTUCAR — Assim falou Jair Littig.

Serestas em Marechal Floriano

Os saraus em Marechal, começaram desde o século XIX, com a família Kuster. Ulrich tocava violino, Jacob bandolim e Adolf flauta. Além de tocarem nas festas luteranas, aos sábados, tocavam na residência do Ulrich

Lá no início dos anos sessenta, onde comecei a gostar de músicas da velha guarda, principalmente chorinhos. Lembro-me bem do José Vieira, no seu violão solitário cantando músicas do Vassourinha. Já 1968, nas sextas-feiras, Titi e José Novela, cantavam sem violão.

Titi era apaixonado pela filha do seu Alfredo da pensão, a Loni. Tinha uma voz muita boa para samba.

Na casa da D. Fausta tinha sempre uma roda de violão. Seu irmão Horácio vinha de Vitória, era uma seresta muito boa. Horácio era um grande violonista e seresteiro. Ao seu lado, o sobrinho Paulinho, cantando músicas de Orlando Silva.

Em 1967 Helvécio, Orlando Gianordoli, Oscar Araújo. Nós começamos a cantar nas ruas de Marechal. Helvécio gostava do Vicente Celestino, seu Orlando músicas do carnaval de 1935, pois lembrava de uma namorada que teve no Parque Moscoso. Eu nunca cantei, mas tenho um conhecimento sobre músicas da velha guarda.

Tinha os mais novos. Não podemos esquecer do Deca, Enildo e Aloisio Endlich.

Às vezes íamos cantar na frente da casa do Fábio Werneck.  Sempre fomos bem recebidos.

Depois o grupo foi crescendo e vieram: Elmo Lopes, com sua voz rouca, cantado músicas de Francisco Alves. Carlinho Padeiro, Paulinho com repertório do Orlando Silva.

Capixaba, grande violonista, Willy de Campinho, um rapaz casado com a irmã do Nena Stein, que também tocava violão, Fabio Werneck, Ary Ribeiro, Nelson Papagaio, Jair Borgo e muitos outros. 

Numa seresta no sitio em Vitor Hugo, Helvécio, idealizou em fundar um clube de seresta em Marechal, O primeiro nome que surgiu foi “Luar de Marechal”.

Finalmente em 28 de setembro de 1970 foi fundado o “Grupo Capixaba de Seresta Sinfonia da Mata.

Em 1982 mudei para Maranhão e perdi o contato. Mas recebi do Paulinho Pereira uma carteirinha constando que eu sou um dos fundadores de número 11. 

Pianistas

As filhas do Coronel José Henrique Pereira, pianistas. 

Veja o Jornal Diário da Manhã de 04/11/1932. 

MARCHINHAS CANTADAS EM 1958 DO AUTO CAMÉLIO E TARZAN, EMPREGADOS DO ANTIGO D.N.E.R.

No período da locação da antiga BR31, hoje 262, estes senhores moravam em vários lugares, onde surgiram umas marchinhas feitas por eles:

— Marchinha:

Eu morei no Indaiá, Deus me livre deste lugar

Eu morei em Vitor Hugo, nem quero falar, pois em noites de lua cheia, só escuta sapo e grilo cantar

Morei em Santa Isabel, o pessoal só pensa em rezar

Finalmente cheguei em Marechal, terra do imortal

Onde tem samba, chuchu e carnaval.

— Marchinha:

Existe neste imenso continente, uma vila que é mesmo pra frente

Marechal, Marechal, tu és intelectual

Terra de muita fartura, futebol e carnaval

Tem um rio que sobe e desce, onde o povo às vezes padece

Tem um trem que apita

Vá pra estação que tem visita.

Marechal, Marechal, tu és intelectual.

VILAREJO PROMISSOR

Sua história começou com o Rio

Tempos depois veio a Estação

Tudo foi acontecendo 

Assim veio os investimentos

Até teve o cinema Gloria 

Mencionado no Diario da Manhã

O jornalista descreveu tudo com muito esmero:

“Marechal que conta com vinte e poucas casas

Iluminadas a luz elétrica

Tem um cinema

E assim ele finaliza

Nossos agradecimentos pela gentilezas

Dispensadas ao representante desta folha”

Isso tudo lá em 1916.

Giovana Schneider: Escritora, poeta, contista e colunista. Ocupante da cadeira de nº 06 da AFHAL (Academia Florianense de História, Artes e Letras “Flores Passinato Kuster”).
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