Redação
Considerado o segundo maior evento religioso do Espírito Santo, a tradicional festa de Corpus Christi de Castelo novamente despontou como uma das maiores do Brasil neste segmento e comemorou a sua 62ª Edição nesta quinta-feira, 19 de junho reunindo aproximadamente 150 mil fiéis.
A movimentação começou cedo onde foi montado o altar em frente a Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha para a missa campal. Fiéis vieram dos quatro cantos do Espírito Santo para participarem da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.
Marcela Magalhães veio da Diocese de Colatina, norte do estado. “É minha primeira vez! Eu já tinha ouvido falar, mas não imaginava a grandiosidade dessa festa. Castelo realmente sustenta sua fama: são os tapetes mais lindos do Espírito Santo, quem sabe, do Brasil”, expressou.
A Celebração foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Fernando Lisboa C.P, e concelebrada pelos frades Agostinianos Recoletos de Castelo e diversos padres que atuam nas paróquias da região. Durante a homilia, Dom Luiz recordou que a fé no Cristo Eucarístico precisa levar à ação.
“Irmãos e irmãs, hoje é um dia de festa, de adoração, de memória viva. A Solenidade de Corpus Christi é um dos momentos mais belos da nossa fé, porque nos faz parar e olhar com profundidade para o Mistério que está no centro da nossa vida cristã: a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. No Evangelho proclamado hoje, segundo São Lucas, vemos Jesus acolhendo a multidão, falando-lhes do Reino de Deus, curando os que precisavam… e depois, ao entardecer, alimentando a todos com cinco pães e dois peixes. Um milagre? Sim. Mas mais que isso: um sinal. Um anúncio. Um gesto que aponta para a Eucaristia. Jesus não manda o povo embora. Ele diz: Dai-lhes vós mesmos de comer. E essa frase, que pode parecer apenas uma instrução aos discípulos, é na verdade um apelo a todos nós, hoje: Vocês receberam o Pão do Céu. E agora, o que vão fazer com isso?” Questionou o bispo.
Dom Luiz Fernando lembrou que “comungar não é só receber. É assumir. É isso que o Senhor nos ensina nesta festa. Ao nos dar Seu Corpo e Sangue, Ele não está apenas nos alimentando. Ele está nos confiando uma missão. Ele está entrando em nós para sair através de nós. Porque Cristo não quer ser guardado como relíquia. Cristo quer ser vivido. Infelizmente, em muitos corações a comunhão se tornou um gesto automático. Um rito sem resposta. Gente que recebe o Corpo de Cristo com reverência… mas não deixa que Ele transforme o jeito de viver. Cristo entra, mas não encontra espaço. Fica como visita educada, mas sem permissão para mexer nos móveis da casa. Para tocar no mais profundo do coração”, refletiu o prelado destacando: “o Amém que dizemos ao comungar é um Sim, eu aceito viver como o Senhor. E esse sim tem consequências. Não dá para comungar e continuar tratando o outro com frieza. Não dá para comungar e ignorar a fome alheia, o sofrimento do vizinho, o abandono do pobre. Não dá para comungar e seguir indiferente, distraído, apenas cuidando da própria vida”, refletiu.
A tradicional procissão com o Santíssimo Sacramento aconteceu nos 17 quadros com 17 passadeiras que formaram quase 1,5 km tapetes. Os fiéis acompanharam o Sacrário motivados por canções e orações cujo objetivo era, justamente, o de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucaristia. Ao retornar à Matriz, a comunidade castelense e visitantes receberam a bênção final. Uma queima de fogos com 5 minutos de duração encerrou a programação.