sábado,
24 de maio de 2025

Geral

Cidadania italiana passa a depender de via judicial para a maioria dos descendentes, alerta advogado

“Mudança na legislação italiana restringe processos administrativos e exige ação judicial para reconhecimento de descendentes no Brasil”

Redação

O Parlamento italiano aprovou o Decreto-Lei nº 36/25, convertido em lei no dia 20 de maio de 2025. Ele trouxe mudanças profundas para brasileiros descendentes de italianos interessados em obter o reconhecimento da cidadania italiana. Com a nova legislação, o processo administrativo junto aos Consulados e Comunas italianas foi extinto. Agora, o pedido de cidadania só pode ser realizado por meio de ação judicial.

De acordo com o advogado Dr. Fábio Stella, especialista em cidadania italiana e titular do escritório Stella Cidadania Italiana, a medida impacta diretamente milhares de famílias brasileiras.

“O direito à cidadania italiana por descendência é originário e imprescritível. Ou seja, não se trata de um benefício concedido, mas de um direito de sangue, reconhecido apenas de forma declaratória pelo Estado Italiano”, explica Stella.

A nova lei restringe o reconhecimento administrativo aos filhos e netos de italianos, excluindo bisnetos e gerações posteriores deste procedimento. Para estes, a via judicial passa a ser o único caminho possível. O Poder Judiciário italiano, contudo, mantém o entendimento de que a cidadania é um direito já existente desde o nascimento do descendente, independentemente da geração.

Principais pontos da nova lei

·        Pedidos administrativos encerrados: Consulados e Comunas italianas não recebem mais novos pedidos de reconhecimento de cidadania.

·        Ação judicial obrigatória: Todos os descendentes além de netos devem ingressar com processo judicial para formalizar o direito.

·        Documentação necessária: Todas as certidões (nascimento, casamento, óbito) devem ser reunidas em inteiro teor, traduzidas para o italiano e apostiladas, além da certidão negativa de naturalização do ascendente italiano.

Segundo o Dr. Fábio Stella, “é fundamental buscar orientação jurídica de profissionais experientes, para garantir segurança, rapidez e efetividade na tramitação judicial”.

Impactos e Expectativas

Estima-se que a mudança afeta mais de 40 milhões de ítalo-descendentes no Brasil e milhões em outros países da América do Sul e Estados Unidos. A medida é criticada por desrespeitar a história da imigração italiana e por criar uma “desnacionalização coletiva”, contrariando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas para Dr. Stella não há motivos para desistir de buscar essa conexão com a Itália:

“Não há motivo para desistir. O Poder Judiciário italiano tem histórico de garantir direitos fundamentais, e processos judiciais seguirão tramitando normalmente. A segurança jurídica prevalecerá” finaliza Dr. Stella.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site, e nos reservamos o direito de excluir. Não serão aceitos comentários que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Confira mais Notícias

Geral

Carro pega fogo em frente à Escola Municipal no Centro de Marechal Floriano: Veja vídeo

Geral

Polícia deflagra Operação Nexum e prende dez pessoas em Piúma

Geral

Marataízes pode aderir a Projeto LIDER em parceria com o Sebrae

Geral

Proibição de serviços públicos, como hospitais, delegacias e escolas, tentando registrar, matricular; bebês ‘reborn’, poderá virar projeto de lei no ES

Geral

286 professores são empossados em Cachoeiro, e Prefeitura anuncia novo concurso para mil docentes

Geral

Motocicleta com mais de R$ 205 mil em débitos é localizada com monitoramento do Cerco Inteligente do ES

Geral

Poderes públicos assinam  portaria com recomendações para fim de lixões e recuperação de áreas degradadas 

Geral

Ao lado de Casagrande,  ministro do STF, Luís Roberto Barroso, lança projetos do ‘Pena Justa do CNJ’ no ES