“Essa Coluna campeã de acesso do portal Notícia capixaba, “Pinga-Fogo”, não se trata de matéria jornalística e sim de opiniões e, revela o que vem acontecendo nos bastidores políticos”
Redação
Nos últimos anos, a política brasileira tem testemunhado uma transformação no modo como os líderes se comunicam com o eleitorado. O estilo leve, descontraído e muitas vezes teatral dos influenciadores digitais — especialmente os do TikTok — começou a ser incorporado por figuras públicas na tentativa de gerar engajamento. Mas será esse o melhor caminho para conquistar o respeito e a admiração do eleitor?
É fato que muitos políticos têm apostado nesse modelo, colhendo bons números de visualizações, curtidas e seguidores nas redes sociais. No entanto, permanece a dúvida: esse tipo de comunicação é suficiente para prender a atenção do eleitor ao ponto de consolidar uma reputação sólida e confiável?
No Espírito Santo, alguns pré-candidatos vêm trilhando caminhos distintos. Um exemplo é o atual prefeito de Vitória, Delegado Lorenzo Pazolini. Ele tem apostado em vídeos curtos e roteirizados — ao estilo “TikTok” — onde aparece em encenações ao lado da vice-prefeita. Em muitos desses conteúdos, a vice surge em tom desesperado, sendo acalmada pelo prefeito. É uma tentativa clara de buscar se popularizar em assuntos sérios com leveza, mas que também desperta críticas por flertar com o exagero e a superficialidade.

Do outro lado, o vice-governador Ricardo Ferraço adota uma postura oposta. Sua estratégia é mais discreta, centrada na articulação política, na presença em eventos públicos e no contato direto com lideranças e comunidades. Seu conteúdo nas redes sociais é sóbrio e informativo, e parece demonstrar que, para ele, o sucesso eleitoral está mais na construção real de pontes do que na performance digital.
Ambas as estratégias têm seus méritos e riscos. Mas o resultado só será comprovado nas urnas, em 2026. Até lá, qualquer análise é especulativa — e muitas vezes viciada pela bolha digital que não necessariamente representa o sentimento da maioria.
A grande massa da população, que lida diariamente com desafios reais, não quer apenas política de palco. Quer política de resultado. Comunicação importa — mas trabalho bem-feito e presença verdadeira ainda falam mais alto do que qualquer filtro ou roteiro viral.