“A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Alfredo Chaves, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES)”.
Redação
O município de Alfredo Chaves continua sendo referência em pesquisa voltada ao controle do maruim. O estudo, que avança para novas etapas, tem como objetivo reunir dados científicos que possam subsidiar estratégias mais eficazes no combate ao inseto — cujas consequências afetam diretamente a qualidade de vida da população. As informações levantadas no município irão contribuir para ações em todo o país.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Alfredo Chaves, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES).
Na última semana, uma equipe com oito pesquisadores percorreu áreas já monitoradas na zona rural do município para a coleta de novos exemplares do inseto. As amostras foram enviadas para o laboratório do Ministério da Saúde, onde passarão por análises detalhadas, permitindo uma avaliação mais precisa sobre a presença do vetor e a eficácia das ações já testadas.
Desde janeiro, pesquisadores dessas instituições vêm atuando nas comunidades mais afetadas do município, realizando coletas, testando produtos e identificando os principais focos de infestação. Para apoiar o trabalho, a Secretaria Municipal de Saúde cedeu uma sala que foi adaptada pela equipe de pesquisa e transformada em um laboratório provisório. Os agentes comunitários de saúde também têm desempenhado papel fundamental no apoio logístico e no contato com a população.
A bióloga da Fiocruz, Jéssica Gouveia, explicou que o estudo entrou em uma nova fase, voltada à identificação precisa das espécies, mapeamento do ciclo de incidência e à verificação da presença do vírus Oropouche, que pode ser transmitido pelo maruim.
Embrapa entra em campo
Conforme Gouveia, nesta semana pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também se somam aos esforços, realizando testes de substâncias com potencial inseticida. As análises vão considerar não apenas a eficácia dos produtos, mas também o impacto ambiental e sua relação com as práticas agrícolas da região.
“Com base nos dados obtidos, será possível fortalecer a Vigilância em Saúde voltada ao Oropouche, desenvolver estratégias mais assertivas de controle do vetor e, assim, reduzir a incidência da doença e o incômodo gerado pela alta infestação do maruim”, destacou Gouveia.
A secretária municipal de Saúde, Taís Uliana, enfatizou a importância da pesquisa para o município e para o Espírito Santo. “Acredito que esses dados nos trarão clareza para definir ações eficazes no combate ao maruim, contribuindo não apenas para aliviar o sofrimento da população local, mas também para orientar políticas públicas em todo o Estado”, afirmou.
O Espírito Santo foi o estado com maior número de casos notificados de febre do Oropouche em 2024, inclusive com registro de óbito.