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Marcos Miertschink e Hilda Braun apresentam prato da cultura alemã, que ganhou popularidade mundial durante a Segunda Guerra Mundial. Foto: Iago Miranda |
Iago Miranda
O que há muitos anos serviu como meio de sobrevivência, em breve receberá o status de patrimônio cultural. Esse é o objetivo da comissão criada pelo Conselho Municipal de Cultura de Domingos Martins para o chucrute, prato típico da culinária germânica trazido pelos imigrantes.
“O assunto foi ganhando força depois que vimos a importância disso para o turismo local, afinal muitas pessoas nos visitam em busca de uma experiência de qualidade com a cultura dos imigrantes alemães”, esclarece Hilda Braun, membro do Conselho e uma das principais referências no preparo da iguaria.
A preocupação com a qualidade do chucrute se tornou mais forte com o relato de visitantes, decepcionados com a versão “repolho azedo” oferecida em alguns locais. “A diferença de um bom chucrute para o ruim é o tempo de fermentação”, afirma o aposentado Armin Miertschink, 71 anos, filho de pais alemães, que participa das degustações na casa de Hilda.
O presidente do Conselho, Marcos Miertschink, explica: “Nossa meta é a criação de um selo de inspeção que será entregue nos estabelecimentos que seguirem a normatização para a produção do nosso patrimônio, que é o chucrute. O turista terá a segurança de consumir algo inspecionado com rigor”.
Muito comum em vários países da Europa, o chucrute (sauerkraut, em alemão) ganhou popularidade mundial especialmente na Segunda Guerra Mundial, graças ao seu alto poder vitamínico e à facilidade de conservação.
Em Domingos Martins, o prato veio com os imigrantes Hunsrück, da Região da Renânia, no Sudoeste da Alemanha, que se instalaram na então Colônia de Santa Isabel, em meados do século XIX.
A pedagoga Lilian Jonat Stein, 54, decidiu participar da comissão, porque defende a diversidade cultural. “Mesmo sendo de origem pomerana, faço questão de participar para defender todas as formas de manifestação cultural”.