sexta-feira,
15 de agosto de 2025

Economia

Volume de café exportado pelo ES caiu 13% em julho

As exportações de café pelo Espírito Santo totalizaram 432 mil sacas embarcadas no mês de julho. O volume representa um recuo de 13% em comparação com o mês anterior. Com exceção do café arábica, que teve ligeira alta de 4%, os embarques de café conilon e café solúvel recuaram 12% e 24% respectivamente no mesmo período de comparação. Foram exportadas 30 mil sacas de café arábica, 364 mil sacas de café conilon e 38 mil sacas de café solúvel.

A queda na receita cambial foi maior que a verificada no volume exportado. Os embarques de café em julho geraram uma receita de 120 milhões de dólares, contra 148 milhões de dólares em junho de 2025: uma redução de 19%. O café, de uma forma geral, foi negociado em julho a um preço médio de 279 dólares a saca de 60 quilos, 7% menor que o preço médio de junho. É o segundo mês consecutivo de queda nos preços do café exportado: em maio deste ano o preço médio estava em 339 dólares e, em junho, o preço médio era de 300 dólares a saca. Por outro lado, no acumulado do ano, o preço médio do café exportado pelo Espírito Santo ficou em 308 dólares a saca, isso representa 61% de valorização em comparação com o preço médio verificado nos sete primeiros meses de 2024.

Na comparação com o mês de julho de 2024, o volume exportado pelo Espírito Santo reduziu 40% e a receita cambial reduziu 25%. 

No acumulado, as exportações de café pelo Espírito Santo somam pouco mais de 2 milhões de sacas em 2025, sendo 301 sacas de café arábica, 1,48 milhão de sacas de conilon e 276 mil sacas de café solúvel. Na comparação com o mesmo período de 2024, as exportações neste ano caíram 57%.

A receita cambial acumulada em 2025 soma em torno de 635 milhões de dólares, queda de 31% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. 

A exportação de café acumulada nos últimos 12 meses (agosto/2024 a julho/2025) soma 5,7 milhões de sacas contra 8,3 milhões de sacas exportadas pelo Espírito Santo no intervalo de comparação anterior, queda de 31%. Porém, a receita cambial acumulada entre agosto/2024 e julho/2025 ficou em 1,53 bilhão de dólares contra 1,46 bilhão registrada no período anterior, alta de 4,8%.

Destinos

Em julho de 2025, o México foi o principal destino das exportações capixabas de café, representando 14% do total exportado. O México e mais nove países compraram 79% de todo o volume exportado pelo estado em julho de 2025, a saber: Colômbia (13,29%), Bélgica (13,1%), Estados Unidos (8,08%), Itália (7,98%), Espanha (6,96%), Chile (4,79%), Indonésia (4,72%), Argentina (3,25%) e Alemanha (3,06%). No acumulado do ano, a Bélgica tem sido o principal destino das exportações capixabas de café respondendo por 18,4% das compras, seguida pelos Estados Unidos (10,72%), Argentina (8,66%), Espanha (7,71%), Turquia (7,02%), México (6,60%), Indonésia (6,14%), Chile (4,92%), Itália (4,66%) e Colômbia (4,3%). Esses dez países responderam por 79% das compras de café capixaba no ano de 2025, até julho, outros 38 países representaram 21% das compras.

Estados Unidos

Os Estados Unidos sempre foram um parceiro comercial importante para o Estado do Espírito Santo nas exportações de café. Desde o ano 2015, por exemplo, somente no ano de 2022 foi que o país não esteve entre os 3 principais compradores do café capixaba, quando ocupou a 5ª colocação, há que se levar em conta, contudo, que em 2022 a produção capixaba de café foi direcionada principalmente para o mercado interno, por conta da geada severa ocorrida em 2021.

O gráfico abaixo mostra o comportamento da participação dos Estados Unidos na compra de café capixaba de 2015 a 2024:

Entre os meses de junho e julho deste ano, a queda nas exportações capixabas de café para os Estados Unidos foi de 19% em termos absolutos, entretanto, a participação dos Estados Unidos no volume total exportado variou pouco, reduzindo de 8,72% para 8,08% de um mês para o outro. A queda foi mais expressiva, contudo, na exportação de café solúvel: -53% entre junho e julho de 2025. 

Analisando o destino das exportações totais de café pelo Espírito Santo nos sete primeiros meses dos anos de 2020 a 2025, a participação dos Estados Unidos foi de 14% em média. Vide gráfico abaixo:

Os Estados Unidos cresce significativamente em relevância quando se trata das exportações capixabas de café solúvel. De 2015 a 2024 o país nunca ficou posicionado abaixo do segundo lugar no ranking dos principais destinos. Nesse período, o país participou em média com um terço do total das compras de café solúvel capixaba:

Com o anúncio da nova política tarifária dos Estados Unidos para a importação de produtos brasileiros que adicionou ao café brasileiro uma tarifa de 50%, o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) não identificou no mês de julho deste ano nenhum cancelamento de contrato por parte dos importadores americanos. Contudo, as exportações para aquele país desaceleraram, aguardando mudanças no cenário diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos. O CCCV tem acompanhado de perto o assunto por meio de sua representação nacional, que tem dialogado com o Governo Federal, com importadores e entidades de classe parceiras norte-americanas, e também atuado em nível estadual integrando grupo de trabalho liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado do Espírito Santo.

A entidade avalia que os impactos negativos sobre as exportações de café para aquele país serão inevitáveis no curto prazo, já que países produtores concorrentes do Brasil estão em vantagem por terem recebido uma tarifa adicional menor que aquela definida para o Brasil. A Colômbia foi tarifada em 10% e o Vietnã, principal produtor de café robusta – concorrente direto do café conilon capixaba nas exportações – recebeu tarifa de 20%. O CCCV defende a adoção de medidas que possam devolver a competitividade das exportações capixabas para os Estados Unidos, em paralelo à continuidade das negociações entre os dois países com uma postura de não retaliação aos Estados Unidos pelo Governo brasileiro. 
De um modo geral a competitividade do café brasileiro internacionalmente depende de uma série de fatores que vão além da quantidade de café colhida no Brasil e em outras origens. Fatores internos de ordem tributária (estadual e federal), políticas de financiamento, logística portuária e ações de promoção comercial visando manter e ampliar mercados são alguns exemplos. Vale ressaltar que o café brasileiro enfrenta ainda outros desafios comerciais como barreiras fitossanitárias para alguns destinos e os desafios comuns a todos os produtores de café decorrentes do Regulamento Europeu anti-desmatamento (EUDR).

Fonte: Centro do Comércio de Café de Vitória

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