sexta-feira,
04 de julho de 2025

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Prefeito e vice de Vargem Alta se digladiam na imprensa sobre suposta “irregularidades na Prefeitura”

Rael Sérgio.

O prefeito de Vargem Alta, João Bosco Dias (PSB), e o vice-prefeito Cláudio Pazetto (PR), vêm se digladiando há algum tempo, porém, após Bosquinho se afastado do cargo, temporariamente, depois da deflagração da Operação Canudal, a situação entre os dois pioraram ainda mais, com acusações nas redes sociais e na imprensa.

Na entrevista na imprensa, o prefeito em exercício Cláudio Pazetto, conta que está debruçado sobre uma dívida de R$ 12 milhões acumulada nos últimos anos, sobre a má gestão do prefeito afastado pela Justiça.

O déficit orçamentário encontrado, segundo o prefeito interino, é de mais de R$ 12 milhões. Só com a redução dos cargos de subsecretário das dez secretarias municipais a prefeitura vai economizar cerca de R$ 25 mil mensais aos cofres públicos.

“Temos problemas com compra de combustíveis, aluguéis de veículos, dívidas de shows e de transporte escolar, servidores que fazem uso de veículos para fins particulares, falta de emissão de notas fiscais e muito mais. A cada fato que descobrimos, nos assustamos”, dispara Pazetto.

Entre as irregularidades apontada por Pazetto, estão dívidas com fornecedores de transporte escolar que ultrapassam R$ 700 mil, além de débitos com postos de gasolina e excesso de servidores comissionados.

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Ainda de acordo com o prefeito em exercício, até mesmo o pagamento dos servidores públicos estava ameaçado por falta de recursos. “O ticket chegou a ser suspenso por uma empresa prestadora de serviços temendo o calote da prefeitura, mas revertemos essa situação”, conta.

“Assinei um decreto que institui que todos os veículos oficiais devem ser plotados com o brasão do município e recolhidos em garagem municipal ao fim do expediente, evitando, assim, o uso dos mesmos para fins particulares, além da reavaliação de contratos e licitações que hoje conta com uma comissão técnica investigativa, montada por uma nova equipe de governo”, completa o prefeito interino.

Já o prefeito Bosquinho, afastado do cargo rebate acusações e também critica a gestão e postura de Pazzeto. “Levo vida normal, como funcionário público que tem um salário razoável há 19 anos. Não há incompatibilidade” “Aceitá-lo (Cláudio) como vice foi um dos erros mais graves que cometi em minha vida. Seria melhor perder a eleição”, dispara Bosquinho em entrevista.

“Espero encontrar a Prefeitura muito desorganizada. O meu afastamento é por 60 dias, mas podem ser menos. Ele deveria manter equipe mínima, da gestão anterior, para não perder a memória administrativa: processos e projetos que estavam em andamento. Mas, de cara, ele exonera 24 pessoas. Quase todo o secretariado foi reformulado. Mandou projeto para a Câmara extinguindo cargo de assessoria de gabinete e todas subsecretarias. Não é economia. É politicagem”, conta.

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Sobre o Déficit, Bosquinho disse, que o prefeito interino fala de R$ 12 milhões, mas, na realidade, são R$ 11 milhões, dos quais R$ 8 milhões são de despesas não liquidadas. Ou seja, não foi feita a despesa, apesar de previsto no orçamento. O déficit orçamentário deve fechar o ano em R$ 1,5 milhão, no máximo.

“Nós, quando saímos, deixamos tudo funcionando. Não tinha escola fechada por causa de merenda ou transporte escolar. Todas as unidades de saúde com medicamento. As estradas muito bem cuidadas. Previdência Há débito com o Instituto de Previdência. Mas não a parte dos servidores, que está em dia. Atrasamos a parte patronal, renegociamos para pagar em 60 meses, R$ 30 mil por mês e estávamos pagando. Ter um ou dois meses de atraso, é normal, mas estávamos pagando o parcelamento e com dificuldade de continuar pagando a parte patronal”, defende.

Sobre os veículos alugados.

“O modelo administrativo que adotamos, desde o início, foi não ter carro próprio. A despesa que tínhamos com oficina, era muito grande. A maioria dos carros estava sucateada. Além da despesa, quando se tira o carro para fazer a manutenção, fica-se descoberto. Não tem outro para colocar. Quando é alugado, não paga manutenção nenhuma e o serviço não para. Quebrou, liga e troca, na hora. Temos carros alugados a mil reais por mês. No final de um ano, seria muito mais do que isso de manutenção, com pneu, peças, documentação e tudo. Qual economia que o município teve?”, explica.

“Ele pegou alguns equipamentos que já tínhamos catalogado para ir a leilão e expôs. Diz que Vargem Alta é cidade turística, tem que estar bonita. Mas pega sucatas e coloca em frente à Prefeitura, numa das avenidas mais importantes do município, que é a Beira Rio. Qual a impressão ele deixa para o turista quando faz uma perseguição política dessas? Somos a gestão que mais conseguiu equipamento novo para Vargem Alta. Só patrol, foram três, novas. O Cláudio está jogando muito para a plateia. Politicagem Na Educação, quis se dizer democrático, com votação para a escolha do secretário, disse na entrevista para a imprensa.

“Nunca fui com equipe da Prefeitura e muito menos em dia de domingo, para tomar cerveja (refere-se a uma conta de R$ 90,00). Quero saber quem foi esse gestor que ele (Cláudio) acusa. Estou protocolando ofício na Prefeitura. Quero saber quem assinou. E do restaurante também, porque vendeu bebida alcoólica na conta da Prefeitura”.

“Tivemos muitos problemas com o Cláudio já no mandato do Elieser, quando fui vice-prefeito. Mas, como essas coisas para mim não interessam, segui minha vida. Aceitá-lo como vice, por pressão política, foi um dos erros mais graves que cometi em minha vida. Hoje vejo que seria melhor perder a eleição, a tê-lo na chapa. Porque não dá para trabalhar com pessoas dissimuladas”, desabafa.

Sobre o afastamento

“Acredito que esta operação que culminou com o meu afastamento possa ter se iniciado a partir de denúncias dele. É bom ressaltar que este inquérito do Ministério Público não começou comigo. Não era eu o investigado. Mas, através da ligação de trabalho que tinha com a pessoa em investigação, interceptaram também meu telefone. Deram interpretação equivocada a conversas normais, administrativas, do dia-a-dia, como coisa errada”.

“Já entramos com o pedido de reconsideração. Vou provar a todos que não cometemos nenhum tipo de irregularidade à frente da Prefeitura. Moro em Prosperidade desde que nasci. Não enriqueci na política. Nem vou enriquecer. Não tenho fazenda, não tenho carros importados, não tenho mansões. Levo vida normal, como funcionário público que tem um salário razoável. São 19 anos de salários de vereador, presidente da Câmara, vice-prefeito e agora prefeito”, finaliza se defendendo o prefeito afastado.

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