sexta-feira,
18 de abril de 2025

Política

Com uma visão humanista, deputado Bruno Lamas foca suas ações nas causas sociais; Confira a entrevista

 

Por Eduardo Antunes

 

Em entrevista, o deputado Bruno Lamas fala sobre suas ações políticas na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, e de forma peculiar e com uma visão humanista, o parlamentar foca suas ações nas causas sociais com projetos e trabalhos que tem atendido diversas entidades.

 

Entrevistado pelo jornalista Eduardo Antunes, o deputado falou sobre seu forte laço familiar, além do religioso, que norteiam suas decisões no dia a dia

Lamas que está em seu segundo mandato na ALES e ocupou, por dois anos, a Secretaria Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (2019/2020), falou sobre sua atuação em favor da educação, na área social e nos municípios capixabas. 

 

Notícia Capixaba: Deputado, boa tarde, vou pedir para o senhor se apresentar. Fique à vontade para falar sobre seu trabalho, família, como você começou e sobre suas perspectivas também. O que o senhor já realizou e ainda está por realizar?

 

Bruno Lamas: Bom Eduardo, eu começo primeiro agradecendo, tá bom? Agradecendo ao Rael, ao Notícia Capixaba. Eu sou daqueles que defendem a informação, defendo o jornalismo. Eu sou Bruno Lamas Silva, como um bom brasileiro. Filho de professora, sou pai da Isabella e do Bruninho. Esposo da advogada Flávia, sou formado em administração de empresas, com pós graduação em gestão pública.

 

Sou daqueles que pintei o rosto e fui pra rua no governo Collor de Mello, fui daqueles que pintei o rosto e fui pras ruas quando tentaram privatizar o Banestes, o Banco do Estado do Espírito Santo, então, sempre muito atuante, sempre gostei de participar, tive a oportunidade e a honra de ser vereador pela cidade da Serra por três mandatos, bem novo, comecei lá no ano de 2000, minha primeira eleição, onde cumpri estes três mandatos.

 

E esse filho de professora, filho de advogado, homem de hábitos simples, eu tive a oportunidade de ver a nossa votação de vereador sair de mil e quinhentos, para três mil e quinhentos, para quatro mil, quinhentos e oitenta e oito votos, até chegar aqui à Assembleia Legislativa. Sou de hábitos simples, gosto muito de uma pescaria e de viver num ambiente de família.

 

E a questão da educação, como ela mexe com a sua vida?

 

Com certeza, educação pulsa, bate forte no meu coração. Os melhores momentos do mandato de deputado estadual, certamente eu vivi e vivo na educação. Ao visitar as escolas, ao me reunir com professores, ao receber alunos aqui, nos diversos programas que nós temos no mandato, eu me realizo e na Comissão de Educação a oportunidade de fazer um algo mais porque ali nós pautamos os principais assuntos da educação do estado. 

 

Em época de pandemia, a vacinação, mas também, o plano de carreira do magistério – que nós tivemos uma vitória, agora uma conquista. Apesar de tanto ter que avançar, o reajuste do salário dos servidores, a vacinação dos profissionais, da comunidade escolar, o novo Ensino Médio que chegou aí para mexer com toda estrutura da escola. Essa semana nós teremos, a pedido do Ministério Público um debate sobre a educação domiciliar e assim, nós vamos tocando a vida, mas a educação é a prioridade do nosso mandato.

 

O senhor apresentou um Projeto de Lei, sobre a questão de haver radar em local inapropriado, onde o motorista não tem visualização prévia. Como está o andamento desta futura lei?

 

É um Projeto de Lei muito importante porque trata do direito do consumidor, trata da cidadania e trata de um combate forte, frontal, uma fábrica de multas, que são os radares ocultos. Veja bem, eu não estou aqui dizendo que os radares não são importantes. Eu defendo que os radares permaneçam. Eles são equipamentos importantes e que diminuem a violência no trânsito, mas esse radar que deve existir ele tem que ser visível ao motorista, ele tem que obedecer ao princípio da transparência, ele tem que dar ao motorista o direito de ver a velocidade em que ele passou e não confiar cegamente numa máquina, que possivelmente, em alguns casos, são verdadeiras fábricas de multas, por que esses radares, que eu chamo de ocultos, são estes que nós estamos retirando com essa legislação eles ficam escondidos atrás de postes, de árvores, com um único objetivo de multar, de penalizar.

 

Sobre os dois anos como secretário no Governo do Estado, como foi seu trabalho?

 

O governador Renato Casagrande me convidou e eu aceitei o convite e o desafio de administrar a pasta de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, onde as políticas públicas alcançam os mais necessitados e o Estado é o responsável para prover desenvolvimento social, trabalho, emprego e renda. 

 

Nesta pasta, a gente vive diariamente com as mazelas da sociedade, com o sofrimento das pessoas. Então nós podemos implantar programas importantes como o da primeira infância. O Espírito Santo está se tornando uma referência na primeira infância e é na primeira infância onde muita coisa acontece. Uma criança que não tem uma primeira infância saudável, que não é cuidada, que não é acolhida, não tem seus direitos preservados para se desenvolver.

 

Ao assumir, houve um período de fortes chuvas, onde Alfredo Chaves, Iconha e outras cidades sofreram com muita destruição. Em tempo recorde, com muita velocidade, planejamento e organização, nós fomos orientados pelo Governador Casagrande a designar o ‘Cartão Reconstrução’. Um trabalho imenso, porque eu vou em loco, em sintonia com a assistência social municipal e Defesa Civil. Há um levantamento de quem são os afetados, quem são os necessitados, trás essa coleta de dados e transforma isso tudo em um cartão para poder ajudar a reconstruir a residência e a vida das pessoas, num montante de R$ 3 mil. 

 

Foi uma experiência muito importante também, além de realizar as nossas conferências, além de dar voz aos conselhos, estar muito próximo dos municípios, foi um trabalho digno, importante, onde também eu peguei uma secretaria para administrar e quando eu devolvi a chave ao governador Casagrande, eu devolvi com R$ 3,5 milhões a mais, em caixa. Isso porque nós fizemos gestão e pegamos um passivo de 1.760 processos que estavam abandonados, de convênios com os municípios, montamos uma força-tarefa e resolvemos então possibilitamos aos municípios executar e aqueles municípios que não estavam executando, há anos, eles devolveram este recurso ao caixa do Estado para ser replicado em outras políticas públicas sociais. 

 

Não saindo muito do assunto, o senhor tocou em algumas questões que falam da área social, da primeira infância. No começo, o senhor falou de família e dá pra ver que o trabalho do senhor é coerente com sua história de vida. 

 

Eu queria ponderar que há uma importância no gestor público, em ter essa sensibilidade por ser temente a Deus, há também a questão de que Deus não tem lado político. Hoje se usa a questão política de um lado, ou de outro, mas a política bem feita tem que ter, primeiramente, Deus na direção e a sensibilidade para sentir na pele o sofrimento alheio e ter empatia para poder perceber isso e poder gerir os recursos do Estado de forma que promova o retorno à população que mais precisa.

 

Então o cristianismo é bíblico, né? Nós somos todos irmãos em Cristo, é por isso que eu sempre começo as minhas falas com a paz de Cristo. Eu fico feliz porque as pessoas assimilam isso muito bem, os valores humanos, os princípios que nos norteiam, os mandamentos bíblicos, eles não podem ficar só na teoria. 

 

Na política não vale tudo, tem gente que acha que vale tudo na política, tem gente que vive uma vida fora da política, mas quando chega na política acha que vale tudo, inclusive cotovelada, inclusive empurrões, inclusive fazer coisas erradas. 

 

Então a minha vida espiritual eu procuro cuidar, tratar em família, eu busco esse alimento espiritual através da oração, através do jejum, sendo membro de uma igreja e o meu desejo que eu peço que eu possa transparecer exatamente isso para as pessoas, essa luz, assim como recebo de muitas pessoas também. Esse cuidado, essa luz, essa benção. É assim que eu gosto de ser, é assim que eu sou e é assim que eu peço a Deus todos os dias em oração pelas famílias, por minha família e pela paz de Cristo em nossas vidas. 

 

O mundo está contaminado pelo ódio. Existem pessoas que amanhecem o dia pensando com quem elas querem brigar. Tem gente assim: Acorda pensando com quem quer brigar, no cenário da política, na vida e nós não podemos ser assim, nós temos que propagar a paz, trabalhar, sermos resilientes, corajosos, determinados, mas trabalhar com a paz no coração, sem agressões. Porque o cristianismo é isso que ele nos ensina.

 

Antes de finalizar, gostaria que o senhor transcorresse sobre sua atuação no interior. O portal Notícia Capixaba cobre o Sul e a Região Serrana. Gostaria que o senhor falasse do seu trabalho para os municípios do interior.

 

Importante para esta resposta é o papel do parlamentar. Primeiro é que nós temos trinta deputados e o estado setenta e oito municípios. Estes trinta têm que trabalhar o suficiente para atender todo o estado. Então o deputado Bruno Lamas ele é deputado de Mucurici até São José do Calçado, é deputado da região metropolitana. A minha função é legislar, fiscalizar e representar. Quando eu chego em Vargem Alta, quando eu chego em Guaçuí, quando eu chego em Montanha, lá no norte do estado, eu vou ouvir as pessoas, eu vou conhecer a realidade e eu venho para a Assembleia Legislativa para representar essas pessoas, para fazer cobranças, para propor obras, para propor ações, quando eu legislo, eu também tenho que pensar assim. 

 

Então veja bem: O deputado Bruno Lamas não mora em Vargem Alta, mas a lei que parcelou o IPVA em quatro vezes, que é de nossa autoria, ela alcançou o morador, o proprietário de veículo de Vargem Alta, aliás de todos os municípios do nosso estado. 

 

Quando o deputado Bruno Lamas propôs o Projeto de Lei – que já é lei, alterando a forma de se usar o transporte intermunicipal, nós estamos beneficiando todos os capixabas. Eu vou explicar: Agora, por força de lei, o idoso e o deficiente, que mora de norte a sul do estado, em qualquer cidade, ele vai poder usar os ônibus intermunicipais. Ou seja: De Vargem Alta para Montanha, de Vitória para Santa Maria de Jetibá, gratuitamente. São quatro lugares reservados, dois para idosos e dois para deficientes. Nós corrigimos uma falha na legislação porque o deficiente ou idoso na região metropolitana, ele tem esse direito garantido, no interior não. É um exemplo do nosso trabalho que chegou para todos os capixabas. 

 

Agora, a questão dos radares, por exemplo, é lógico eu só legislo em rodovias estaduais, porque sou um deputado estadual, então eu não tenho autonomia sobre a 262, sobre a BR-101, mas nas rodovias estaduais nós já falamos aqui, os radares ocultos serão substituídos pelos radares visíveis. São exemplos de como nosso trabalho pode chegar para todos os capixabas. 

 

Além disso, é comum receber representação de moradores de vereadores, de prefeitos aqui e eu vou lá fazer a visita. Então em Vargem Alta, por exemplo, eu conheci a estação de tratamento de água lá de Castelinho. Precisa de uma melhor, isso custa dinheiro então, eu fiz, através de uma emenda parlamentar, eu destinei o recurso e agora estamos nos trâmites finais para que ele caia na conta e a nova estação seja construída para dar mais dignidade e melhorar a qualidade da água. 

 

Em Guaçuí, em Vargem Alta, em Montanha, são equipamentos agrícolas que são entregues, carro-pipa, trator, máquinas, equipamentos e implementos agrícolas. Você ir visitar associações de produtores rurais. Isso é uma coisa maravilhosa, você ter contato com o homem do campo, a pessoa que produz o que nós consumimos aqui e você dar voz e ajudar a organizar essas associações e fazer emenda parlamentar para que eles comprem os equipamentos, isso nos dá consciência de estarmos fazendo o nosso dever de casa bem feito e é dessa forma que um deputado estadual pode, precisa e deve fazer. Representando, legislando e levando benefícios, obras e melhorias para as comunidades do interior e da grande Vitória.

 

Se o senhor quiser acrescentar alguma coisa para finalizar, fique à vontade.

 

Eu quero deixar uma mensagem otimista, eu acredito nesse país. O Brasil é um país que tem uma Constituição, que é de 1988, ela é muito nova. Antes dessa Constituição, o Ministério Público não existia, imagina a importância do MP hoje. Eu acredito nas nossas instituições, se compararmos com a Constituição Americana que tem séculos de existência, então nós temos que deixar essa mensagem de otimismo. O Espírito Santo é um estado organizado, vem sendo bem administrado por seus governantes, assim como é pelo governador Renato Casagrande.

 

É importante falarmos das riquezas, das belezas naturais do nosso estado, mas também deixamos claro aqui que o Espírito Santo tem o menor índice de mortalidade infantil do Brasil, que o Espírito Santo é o quinto estado mais competitivo do país, mesmo sendo um estado pequeno, que o Espírito Santo é um estado que tem uma gestão fiscal nota A, que consegue manter o pagamento dos servidores em dia. Existem estados por aí que parcelam o 13º em 13, 14 vezes, porque não tem controle, não tem gestão fiscal.

 

Então, eu acredito neste país. Vou aqui parafrasear, repetir uma frase de Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil”, porque o Brasil vai vencer o ódio, o Brasil vai vencer o desemprego, o Brasil vai vencer a corrupção, o Brasil vai avançar e através da educação e de leis mais rígidas, de códigos mais rígidos, de punições mais rigorosas para a corrupção, nós vamos sim, conseguir tornarmos uma grande nação em todos os aspectos não só na dimensão territorial. 

 

Derrubada do veto

 

Dois dias após conceder a entrevista, o Plenário da Assembleia derrubou o veto ao Projeto de Lei 238/2020, que determina o fim dos radares ocultos. 

 

Com sua promulgação, a nova lei permite apenas radares com sinal luminoso e indicador de velocidade, podendo funcionar nas rodovias estaduais. O local de instalação do redutor deve ter visibilidade prévia, sem obstáculos como árvores, por exemplo.

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