Alessandro de Paula/Notícia Capixaba.
Uma menina de quatro anos perdeu o movimento das pernas após tomar uma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), que combate difteria, tétano e coqueluche, no posto de saúde do bairro Amaral, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.
Ana Júlia Oliveira Rodrigues foi diagnosticada pelos médicos como portadora da síndrome de Guillain-Barré, uma doença do sistema nervoso que causa perdas de movimento e de sensibilidade e pode, em alguns casos, afetar a respiração.
Segundo a mãe, a criança foi vacinada no dia 15 de agosto. “Alguns dias depois ela começou a sentir dor na perna e dificuldade em andar”, disse a mãe, a manicure Monique da Silva Oliveira, 23.
Preocupada, Monique voltou com a filha ao posto no dia 26 de agosto. Lá, de acordo com a mãe, o médico receitou remédio para dor e liberou a criança.
No entanto, o quadro da menina piorou e a mãe levou a filha para o Hospital Infantil no dia 31 de agosto, quando foi detectada a síndrome. A criança ficou internada por cinco dias na unidade de terapia intensiva (UTI) da instituição.
Revoltadas, a mãe e a tia, a costureira Ângela Luzia Rodrigues da Silva, 58, pediram ajuda a uma advogada amiga da família, que está atendendo o caso sem cobrar honorários.
“Minha filha era uma menina saudável antes da vacina. Hoje tenho que carregá-la no colo. Ela não consegue segurar as coisas. A prefeitura deveria nos ajudar”, lamentou a manicure.
Em nota, a prefeitura informou que tem acompanhado o caso e afirmou que a criança recebe total assistência do município e foi encaminhada ao neurologista. Também destacou que a paciente toma medicamentos e passa por fisioterapia.
A tia, no entanto, negou informação da prefeitura e garante que não recebe assistência alguma e nem ajuda com o transporte até a fisioterapia. Segundo ela, a mãe também precisa ir a pé até a creche com a filha no colo.
Ela afirma ainda que a criança até o momento não foi atendida pelo neurologista.A advogada Andreia Cristina Barra Loiola informou que entrou com ação ontem na Justiça Federal contra a União e a prefeitura, pedindo ajuda de custo de um salário mensal e cobrando tratamento médico, remédios e transporte.
Andreia pede ainda que seja custeada consulta com neuropediatra, que, segundo ela, seria o especialista mais adequado.


