“Acidente aconteceu em 2007, e duas pessoas morreram”
“Até hoje minha esposa não consegue entrar no elevador”. Dessa forma é que Júlio César Vitório começa a narrar uma das sequelas deixadas pelo desabamento do prédio onde morava com mais três pessoas no distrito de Santa Isabel, em Domingos Martins, em julho de 2007. Nove anos depois, a família ainda aguarda decisão da Justiça que vai apontar os responsáveis pela tragédia.
O prédio de quatro pavimentos desabou na madrugada de 20 de julho de 2007. No acidente, três pessoas ficaram soterradas e morreram Denise Mendes, 47, e seu neto Ícaro de Pret, 7. Outras 18 pessoas estavam no prédio no momento do acidente e foram resgatadas sem gravidade.
As famílias entraram com uma ação civil e outra criminal contra aqueles que seriam os responsáveis pelo desabamento: a prefeitura do município, por ter autorizado a obra; a engenheira responsável pela obra e o proprietário do imóvel. No entanto, as famílias ainda esperam por respostas.
Na época, Júlio estava desempregado e saiu junto com a esposa e dois enteados apenas com a roupa do corpo, tendo que pedir ajuda a outras pessoas. Nove anos depois, ele afirma que não conseguiu dar um ponto final na história. Obter a resposta da Justiça seria um modo de encerrar este capítulo.
“Está demorando muito, ninguém dá um parecer do que está acontecendo. As pessoas precisam ter uma resposta da Justiça e alguém precisa se responsabilizar por isso, pois tivemos que recomeçar a vida, saimos com a roupa do corpo”, afirma.
O ex-morador do prédio conta que acompanha todo o processo judicial pela internet, mas fica receoso e não sabe se um dia isso irá se resolver. “Às vezes eles mexem no processo, mudam alguma coisa, até hoje marcaram umas três audiências. Na audiência que tivemos no ano passado, o juiz disse que a gente tinha que aguardar para ver quem era o verdadeiro culpado”, finaliza.
Outro lado
Processo cível está parado
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo informou que o processo cível relativo ao desabamento está suspenso até que haja decisão final do processo criminal, que tramita em outra Vara. Segundo nota enviada pelo Tribunal de Justiça, os processos cíveis são sempre demorados por conta da legislação, que permite o protocolo de diversos recursos. Outro detalhe desse caso, de acordo com a Corte, é que envolve várias partes.
Fonte: A Gazeta


