Os alunos do 9º Ano da EMEF Mauro José Christo, em Marechal Floriano, desenvolveram um projeto com o tema Violência contra a Mulher, trabalhado pela professora de História Jéssica Spadeto. O projeto foi tão bom que algumas atividades também se estenderam aos alunos do 8º Ano. As atividades incluíram palestras, música e até grafites feitos nas paredes da quadra da escola, abordando o tema.
“Como leciono História, faço um trabalho de inclusão dos sujeitos marginalizados, as ‘ditas minorias’, que, na verdade são a grande maioria. Tomo como base o currículo escolar, faço um caminho inverso do tradicional para trabalhar a disciplina de História”, explica a professora.
O tema, segundo a pedagoga Verônica Monteiro, vem sendo trabalhado desde o mês de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. “Depois, em maio, o tema voltou com o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. É um tema que está sempre presente nas aulas”, completou a pedagoga.
Por ocasião do Programa Agrinho, que Marechal Floriano participa há mais de 10anos, os próprios alunos sugeriram trabalhar a Violência contra a Mulher, já que o tema do Agrinho, em 2016, é Ética e Cidadania.
Os alunos escolheram músicas que falam sobre o tema e fizeram até uma oficina de grafite. A ação de introdução das técnicas do grafite foi realizada pelo grupo Festival de Mulheres no Grafitti (FEME), que passou um dia na escola, com a turma. O resultado foram três painéis desenhados nas paredes da quadra.
Também foram produzidos um documentário e um clipe com as fotos de todo o trabalho realizado na escola. Para finalizar o projeto, os alunos assistiram a uma palestra com a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Iracema de Paula de Lima Freitas, sobre Violência Contra a Mulher.
A secretária falou sobre a importância de conhecer os direitos e de não ter medo de denunciar. “Hoje, se temos conhecimento, só nos sentimos inferiores se não lutarmos pelos nossos direitos. É importante lembrar que nenhuma mulher quer ser melhor que homem. Estamos, sim, na luta pela igualdade de direitos. Não podemos achar que a violência contra a mulher é comum, que é natural. Temos que entender que isso é vergonhoso e é crime. Temos que ter na cabeça duas coisas: uma está na Constituição, que é ‘todos somos iguais perante a Lei’. A outra está na Bíblia, que é ‘Amai ao seu próximo como a ti mesmo’. Se levarmos esses dois pensamentos para a nossa vida, conseguiremos diminuir bastante a violência doméstica”, destacou a secretária.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, de 2013 a julho de 2016, foram registrados, em Marechal Floriano, 370 casos de Violência Doméstica.