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Fotomontagem: Ronaldo Santos/Jornal ES de Fato |
Alessandro de Paula/Notícia Capixaba
O investigador da Polícia Civil, Elias Borrete Mariano, 50 anos, foi executado com oito tiros enquanto dormia, dentro de sua casa, no bairro Ruy Pinto Bandeira, em Cachoeiro de Itapemirim. Três pessoas foram presas, inclusive a mulher do policial, a dona de casa Cristiane Caldeira Borock, 37, que, segundo a polícia, teria arquitetado a morte do marido juntamente com seu suposto amante, o motorista de aplicativo, Giovanni Gama de Oliveira, 38.
Ainda, segundo as investigações, Giovanni teria atuado como intermediário no crime, contratando o executor Felipe Barbosa da Silva, 19, que matou a vítima usando a pistola .40 do policial. A arma estava sobre a mesa.
Todos foram presos e, segundo a polícia, confessaram o crime. A mulher foi encaminhada para o Centro Prisional Feminino. Já os dois acusados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro. Os três foram autuados por homicídio qualificado.
O crime ocorreu por volta de 1h50 de ontem (31). A versão inicial era de que o policial estava deitado na cama, ao lado da mulher, quando o atirador invadiu a residência e efetuou os disparos. Depois, teria obrigado a mulher a dar as chaves do carro, um Ford Fiesta, e fugiu.
“De início desconfiamos, pois não havia arrombamento. Alguém teria que ter facilitado a entrada do criminoso”, ressaltou o delegado de Crimes contra a Vida, Felipe Vivas.
Com as investigações, a polícia descobriu que a mulher teria deixado o portão e porta dos fundos abertos e ainda enviou mensagens para o celular do executor informando a localização da arma do policial.
Logo depois do crime, a polícia fez uma operação envolvendo policiais de vários municípios da região e da capital. Executor e o intermediário foram presos em Muqui dentro do Prisma de Giovanni.
Segundo o delegado, o acusado de executar o policial teria ligado de seu celular para o Ciodes dizendo que viu o suposto atirador saindo do carro em Atílio Vivácqua, onde foi encontrado o veículo.
No entanto, a polícia desconfiou e o identificou pelo número. Felipe levou policiais até o local onde enterrou armas e munição levadas do policial. Um revólver foi apreendido na casa da vítima.
“Meu tio era um cara humano, muito bom. Faltava cerca de um ano para se aposentar e estava feliz”, comentou o sobrinho, Aroldo Mariano, 38.
Mulher e amante teriam combinado crime no motel
Pouco mais de 12 horas antes do assassinato do policial civil, sua mulher, a dona de casa Cristiane Caldeira Borock, 37, teria se encontrado com o suposto amante, Giovanni Gama de Oliveira, 38, em um motel.
Para a polícia, neste local os dois teriam combinado os últimos detalhes do crime. Segundo as investigações, o encontro ocorreu por volta de 13 horas de quinta-feira.
“O policial foi surpreendido dentro de casa de forma covarde, de forma fria e ainda premeditado pela própria mulher”, lamentou o superintendente de Polícia da Regional Sul, Faustino Antunes.
Logo após o crime, a mulher teria passado mal e chegou a ser levada para o hospital. Para a polícia foi tudo simulação.
“Ela alegou que o marido a agredia, mas foi desmentida pelo próprio filho, enteado do policial. Também não havia registro na polícia. Acreditamos que a mulher pretendia ficar com a pensão do marido”, ressaltou o titular da Delegacia de Crimes contra a Vida, Felipe Vivas.
Segundo levantamento da Polícia Civil, os dois teriam se conhecido há alguns meses. Ambos frequentavam a mesma academia. Mas o relacionamento amoroso teve início há cerca de um mês.
Elias era policial civil há sete anos. Antes havia trabalhado por 23 anos na Polícia Militar. Estava lotado na Delegacia de Crimes contra o Patrimônio de Cachoeiro. Amigos de trabalho estavam abalados com o crime.
O adeus ao policial Elias, morto covardemente
Emoção e revolta marcaram o velório e sepultamento do policial civil Elias Borrete Mariano, 50 anos, morto com oito tiros na madrugada de sexta-feira, dentro de sua casa, enquanto dormia, em Cachoeiro de Itapemirim.
O corpo de Elias foi velado na Câmara Municipal de Mimoso do Sul durante a noite e madrugada. Pela manhã, foi realizado um culto e logo em seguida o caixão seguiu em cortejo para o Cemitério de Muqui, onde foi sepultado por volta de 9h40.